quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Mila, a rata de laboratório



Certo dia, no laboratório de uma universidade famosa no Brasil, uma rata deu à luz vários filhotinhos.
 Dentre eles, Mila, uma pequena dócil e faminta. 





Depois de um tempo, a pelagem dos ratinhos engrossou e eles cresceram.

Quando chegou a época, Mila abriu os olhos ao lado de seu irmão mais próximo, Don, e passou a enxergar o mundo ao redor.


Seus olhos vermelhos tiveram como primeira visão a parede e o teto da área de procriação de cobaias do laboratório.
Neles estavam as luzes das lâmpadas do local e o céu azul quadriculado pelas grades da janela fechada.

Ela sentia em seu âmago que havia algo errado, que talvez seu lugar não fosse ali, porém, como essa foi a única realidade que conheceu, com o passar dos dias, parou de indagar-se.


Quando tornou-se o que chamaríamos nós humanos de jovem moça, os estudantes já haviam-na separado dos outros irmãos para que não tentassem procriar.

Mila sentiu saudades, queria saber para onde eles tinham ido, porém, como essa foi a realidade que lhe impuseram, mesmo amuada, parou de questionar-se.

Ela contentava-se em ter como felicidade comer as rações, coçar as costas, passear pela gaiola e observar o que os seus colegas humanos faziam pela sala.



Certo dia, quando já era adulta, percebeu  seu colega humano favorito aproximando-se com roupas diferentes e quis interagir.


Ele pegou-a na mão e carregou-a em direção à um lugar que nunca entrara antes.

-O que ele irá fazer? - perguntou-se



Ele chamava-se Guilherme e era estudante de medicina. Seguindo os padrões de ensino da faculdade, estava na hora de começar a trabalhar em outro setor do laboratório e foi para lá que levou Mila.


Mila sentiu um arrepio quando a porta se abriu. Sentiu cheiros estranhos, escutou gritos e choros de vários outros ratos e viu aparelhos que nunca antes vira.

Aquele lugar tinha um tom profundo de agonia e morbidez.
 (imagem de ratos em testes de toxicidade de gases)

 Conforme apurava os olhos, seu coração disparava mais forte.

Havia ratos com tumores pelo corpo, ratos nervosos sob efeito de drogas que se automutilavam, ratos com os cérebros expostos à máquinas e parafusos e com distúrbios neurológicos induzidos, ratos obesos por testes de hormônios...todos sofrendo.

Todos testes para substâncias de cosméticos, medicamentos ou com mera função educacional.


Ela estava em choque.

Foi quando Guilherme recostou-se ao conjunto de gaiolas e de uma delas saiu um chamado.

-Mila, minha irmã querida! Não acredito que lhe trouxeram para cá!

Don pressionava o vidro da gaiola enquanto falava.

-Faça de tudo para fugir!
                                   

Logo em seguida, o estudante colocou a rata branca em sua respectiva gaiola, bem acima da de seu irmão.


                                                                         


 Fechada na gaiola, ela sentia o que estava por vir e só conseguia chorar, desesperada por sua vida.





Os testes em animais não humanos são um método arcaico e de pouca precisão de resultado ainda recorrente no Brasil devido à pouco incentivo da Anvisa e da Concea em permitir que métodos substitutivos novos sejam produzidos e em aceitarem os já existentes em outros países.
Por todo o mundo, diversas comunidades científicas trazem a tona a necessidade de métodos melhores e ética real para com os esses animais, produzindo e incentivando alternativas novas e surpreendentes.
Mais informações ao fim do texto.


Guilherme não se sentia nem um pouco bem em se imaginar fazendo testes em animais. Apenas não havia reagido antes por pressão dos colegas de sala que achavam-no fraco e sentimental.

Ao ver-se no laboratório, ele recorreu à Objeção de Consciência presente na Constituição brasileira e foi isentado dessas aulas.

Também havia se apegado à Mila e decidiu tomar uma atitude e segredo.



Ele entrou no laboratório escondido, abriu a gaiola e levou a roedora escondida em seu bolso para fora de lá.

Apesar de assustada, os instintos de Mila diziam-lhe que algo bom estava acontecendo.




Ao chegar na casa dele, a ratinha descobriu que no outro bolso estava seu irmão querido e, juntos foram adotados e criados em uma grande gaiola com muito carinho e cuidado pelo rapaz.

                                              

Como haviam sido criados em laboratório, Don e Mila não se adaptariam à uma vida livre, porém foram felizes assim mesmo e suas pequenas vidas serviram de grandes luzes na consciência de Guilherme.

Ele tornou-se um ativista e, ao longo de sua vida lutou e ajudou a proteger vários outros animais, boicotou empresas de ética duvidosa, ajudou a disseminar o veganismo e profissionalmente foi um médico extremamente altruísta e reconhecido.

Bastou ignorar os colegas e seguir seu coração.




Não seria melhor assim?
Todos livres e felizes desde a nascença ?

 Você pode mudar isso.

Boicote as empresas que testam em animais ou usam partes destes,
pressione os órgãos de seu país a liberarem métodos alternativos
veja a atuação dos ativistas de Ongs de confiança
Assine a petição para um PL que os proteja de verdade.

E LEMBRE-SE:

O FINAL É VOCÊ QUEM DECIDE

SEJA VEGANO.